O Ministério da Família, Inclusão e Desenvolvimento, chefiada pela Secretária de Estado da Inclusão Social, Lídia Lima, recebeu, esta manhã, uma Delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), no âmbito do acompanhamento resultados do Projeto de Apoio às Vítimas das Inundações de 2022/Apoio Nutricional, financiado pela organização.
O projeto visa desenvolver iniciativas para melhorar as condições habitacionais das famílias em extrema pobreza, que no decorrer das últimas chuvas de 2022 viram as suas habitações mais degradadas, reduzindo assim o risco de desabamento e garantindo a segurança das famílias e implementar ações para melhorar o acesso ao serviço público de saneamento básico.
Ainda, o mesmo projeto vista o reforço das atividades geradoras de rendimento que promovam o acesso das famílias a condições de rendimento sustentáveis reduzindo os riscos de doenças e promovendo a saúde pública e desenvolver ações que respondam às necessidades imediatas das famílias em situação de pobreza, garantindo o acesso a alimentos essenciais para uma nutrição adequada.
Os beneficiários do projeto são famílias representantes dos agregados familiares pobres com crianças pequenas e adolescentes e/ou com dependentes (Pessoas idosas, doentes Crónicos, Pessoas com Deficiência), preferencialmente agregados monoparentais, inseridos no CSU e mulheres e jovens que precisam reforçar suas atividades geradoras de rendimento, bem como contribuir para desenvolvimento do micro empreendedorismo nas suas comunidades que estejam inscritos no CSU.
A Secretária de Estado destacou a importância do projeto, que está centrado no apoio às Vítimas das Inundações de 2022/Apoio Nutricional e fortalecimento das atividades geradoras de rendimento, promovendo o acesso das famílias a meios de subsistência sustentáveis, criando oportunidades para mulheres, jovens e famílias em situações vulneráveis.
“A expectativa é que a delegação veja o impacto das ações implementadas e perceba que apoiar Cabo Verde com projetos como este é fundamental para combater a pobreza extrema e ajudar, principalmente as famílias mais afetadas pelas inundações de 2022”, afirmou.
O projeto tem como principais beneficiárias famílias com crianças pequenas, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência ou doenças crônicas, e inclui, prioritariamente, agregados familiares monoparentais, mulheres chefes de família e jovens que buscam fortalecer suas atividades econômicas. Para além disso, as famílias estão sendo assistidas na criação de negócios sustentáveis, que contribuirão para o desenvolvimento das microempresas locais.
Em relação aos resultados já alcançados, a Secretária de Estado avançou que mais de 560 famílias estão sendo beneficiadas, com 200 mulheres envolvidas em atividades geradoras de rendimento, e 80 famílias sendo assistidas com a construção de casas de banho e reabilitação de habitações.
O projeto está alinhado com a estratégia nacional de erradicação da pobreza extrema, que envolve esforços conjuntos entre o Governo de Cabo Verde e seus parceiros nacionais e internacionais.
Lídia Lima, ainda, reforçou que, com o apoio da CEDEAO, o país tem conseguido avançar em áreas como habitação, alimentação e acesso a serviços de saneamento básico, que são fundamentais para garantir a dignidade e o bem-estar das famílias mais vulneráveis.
O Conselho Nacional para a Economia Social - CNES esteve reunido, esta manhã, na sua primeira reunião ordinária, enquanto órgão de acompanhamento e de consulta do Governo no domínio das estratégias e das políticas públicas de promoção e de desenvolvimento da economia social.
A abertura da reunião foi chefiada pelo Ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire.
A Economia Social e Solidária (ESS) é um pilar fundamental no desenvolvimento sustentável e inclusivo de Cabo Verde, abrangendo diversas atividades econômicas e sociais, que visa atender às necessidades das pessoas de maneira sustentável, e sem fins lucrativos, mostrando a sua importância para a coesão social, criação de emprego e redução das desigualdades. Embora o setor tenha demonstrado avanços significativos, ainda enfrenta desafios relacionados à sua regulamentação, capacitação e acesso ao financiamento.
Por isso, para além da aprovação do regulamento de funcionamento do CNES, apresentação do plano de atividades da Unidade da Economia Social e Solidária - UESS 2025, a aprovação da proposta para criação de Grupo de Trabalho para apoio ao desenvolvimento legislativo foi outro ponto que mereceu um destaque da agenda dos trabalhos.
O Grupo de Trabalho terá como missão principal colaborar na elaboração e análise de propostas legislativas relacionadas com a ESS. Seu foco será garantir que essas normas estejam alinhadas com as especificidades do setor em Cabo Verde e com as necessidades locais, potencializando o impacto socioeconômico da ESS. Ademais, o grupo buscará fortalecer a visibilidade do setor, melhorar o acesso a recursos financeiros e promover incentivos fiscais que incentivem o crescimento sustentável da Economia Social.
O Grupo de Trabalho realizará análises comparativas da legislação de outros países, identificando boas práticas que possam ser aplicadas no contexto cabo-verdiano. Ainda, será responsável por colaborar com órgãos governamentais e parlamentares para a promoção das propostas de legislação e monitorar a implementação da legislação existente, sugerindo ajustes quando necessário.
A sua criação marca um avanço importante no fortalecimento da Economia Social e Solidária em Cabo Verde, que continuará a desempenhar um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.