O Ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire, em substituição do Ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, presidiu esta tarde a abertura da Cimeira de Saúde de África 2025 sob o lema “Promover a Abordagem One Health: Salvaguardar a Saúde de África e do Planeta”.
A Cimeira decorre de 24 a 25 de abril e reúne decisores políticos, representantes do setor público e privado, parceiros técnicos e financeiros, organizações sub-regionais e internacionais, organizações da sociedade civil, instituições académicas, bem como profissionais de saúde de todo o continente africano.
Será uma plataforma privilegiada para a troca de conhecimentos, experiências e boas práticas, promovendo o diálogo e a cooperação multissetorial em torno da abordagem One Health, que visa um equilíbrio sustentável entre a saúde humana, animal e ambiental.
Na sua intervenção, o Ministro destacou a importância estratégica desta abordagem para Cabo Verde, para o continente africano e para o mundo, sublinhando que, face às crescentes interligações entre a saúde humana, animal e ambiental, a visão integrada proposta pelo conceito “One Health” tornou-se uma necessidade essencial para garantir a resiliência dos sistemas de saúde, sobretudo em contextos insulares e ambientalmente vulneráveis como o cabo-verdiano.
De acordo com o Governante, doenças como a pandemia de COVID-19, surtos de dengue e outras zoonoses vieram reforçar a urgência de repensar os sistemas de saúde e de proteção civil, apelando à ação integrada, multidisciplinar e colaborativa como única via eficaz para enfrentar os desafios atuais.
“A plataforma “One Health” foi criada em Cabo Verde em 2017 e formalizada pelo Conselho de Ministros em 2019, sendo atualmente coordenada pelo Instituto Nacional de Saúde Pública. Desde então, o país tem registado progressos significativos, como a melhoria da coordenação interinstitucional na resposta a emergências e surtos de origem humana ou animal, a implementação do Plano Nacional de Saúde para as Mudanças Climáticas, o reforço da gestão de resíduos hospitalares com enfoque ambiental, bem como o desenvolvimento de políticas integradas que consideram os determinantes sociais, ecológicos e económicos da saúde” afirmou o Ministro.
Apesar desses avanços, o Ministro alertou para os desafios ainda existentes, entre os quais a necessidade de criar sistemas de vigilância verdadeiramente integrados, a capacitação técnica multissetorial com uma linguagem comum entre os profissionais de diferentes áreas, a promoção da literacia em saúde e ambiente junto das comunidades e a elaboração de planos de contingência intersectoriais bem articulados em todos os níveis.
“Enfrentar esses desafios exige uma visão holística e o envolvimento de todos os setores: público, privado, sociedade civil, academia e organizações internacionais”, frisou.
Em relação ao plano regional, o Ministro defendeu a importância de fortalecer as parcerias em África, promovendo a troca de boas práticas, a harmonização de estratégias de vigilância e resposta e o reforço das capacidades institucionais como pilares essenciais para uma África mais segura e resiliente.